Carta Aberta Aos Membros da Executiva Estadual Partido Verde Mato Grosso.

Por Lis Andréa Ferreira
Pres. Estadual da Secretaria de Mulheres – PV MT


Estimados Amigos,

Existem situações nas quais, ante a dúvida, a incerteza, a indecisão ou mesmo a vontade involuntária de continuar na posição de comodidade, o melhor, no nosso entendimento é evocar a justiça, aquela das palavras filosóficas de Aristóteles:

"A justiça neste sentido é a excelência mo­ral perfeita, embora não o seja de modo irrestrito, mas em relação ao próximo. Portanto, a justiça é freqüentemente considerada a mais elevada for­ma de excelência moral, e 'nem a estrela vesperti­na nem a matutina é tão maravilhosa'; e também se diz proverbialmente que 'na justiça se resume toda a excelência"

E nesta excelência e para esta excelência é que conduzimos nossa práxis. O movimento Mulheres Verdes no Poder é jovem instrumento de participação política da mulher no cenário da formação partidária do PV e do seu exercício cotidiano. Ainda assim temos clareza do particular momento que vivenciamos, estamos em marcha para ocupar o que outorga o nosso estatuto, ou seja, estarmos presentes em 30% ( conforme expresso no artigo 53, linha “a”, representação municipal e artigo 39, alínea “a”; representação estadual) enquanto candidatas nos processos eleitorais, bem como, ocupar nossos assentos nas executivas municipais, estaduais e federal. Assim, um caminho para a nossa construção, é seguirmos repetindo estes dados, lembrar a todo instante ao conjunto partidário esta prerrogativa, ou até apelarmos legalmente para vê-las respeitadas. Contudo, o movimento de mulheres de Mato Grosso, no pouco que consigo descortinar neste estado continental, entende que o caminho é o diálogo. O caminho só é caminho se o trilharmos, por isso constituímos diversas frentes de atuação; ora na organização partidária, ora na mobilização de mais mulheres, ora na formação das teses do partido e, sobretudo, em nosso foco principal que é a eleição de Marina. De modo infeliz, um membro pouco solidário da executiva estadual se refere aos postos de militância da executiva como “cargos”, inclusive questionando porque as mulheres almejam estes “cargos”. Ora, não consideramos “cargos” estes assentos, consideramos espaços de poder, por conta disto - denominamos nosso movimento de Mulheres Verdes no Poder. De fato, nossa marcha luta por um “cargo”, estejam certo disso, é o da Presidência da República que Marina “Mulher” ocupará dentro em breve.

Para que haja um claro entendimento desta manifestação, é salutar pontuar o que verdadeiramente norteia as reuniões do PV Mato Grosso neste instante, a mobilização acontece em torno das eleições. Existem três distintas opções em pauta, a primeira, liderada pelo companheiro Aluísio Leite, partidário do apoio à candidatura de Mauro Mendes, outra encapada pelo secretário Arquimedes, de apoio a Wilson Santos, e a terceira, em que nos situamos, que é o lançamento de uma candidatura própria. Entendemos que haverá o fórum deste debate durante nosso estadual e a posterior convenção, entretanto, o movimento de mulheres antecipa-se em sua manifestação. A candidatura própria, em nosso entendimento, equaciona em uma única oportunidade três grandes desafios: - primeiro, de uma postura nova do Partido Verde em Mato Grosso, rompendo com velhos vícios; segundo, oferecendo ao estado que é centro do debate ambiental no Brasil, vale dizer, no estado do agronegócio a construção de uma candidatura alternativa, verde e sustentável para a população; E terceiro, a garantia de um alinhamento de forças em torno da candidatura Marina Silva. Este passo não se resume a um palanque, esta decisão traduz-se em um envolvimento verdadeiro dos comprometidos com a construção de um amanhã melhor!
Expostas nossas intenções, de modo muito claro e sincero, pretendemos iniciar um debate com esta executiva, alguns moços talvez terão que assumir outras frentes, e assim permitir a participação das mulheres. A chegada das mulheres trará novos ventos. Junto conosco chega também muita vocação para a construção, nós geramos e sabemos o quanto é bom ver nascer. Quem sabe efetivamente não nascerá daí uma forma mais dócil de fazer política, ou mesmo uma forma mais conjugada de fazê-la, entendendo que a diferença não é limitação, e fazendo minhas as palavras de Leonardo Boff: - A diferença convoca a aceitação da reciprocidade mútua, os diferentes se encontram, trocam riquezas e crescem juntos. Tem sido assim na humanidade, porque não possibilitar que assim também seja na política, homens e mulheres não são dissonância, somos resultado de uma bela soma!
Vislumbramos a inserção das mulheres nestes espaços, como é caso da executiva estadual, haja vista que muito recentemente houve a intervenção da executiva nacional que nomeou 12 novos integrantes ao grupo, lamentavelmente, alguns deles sequer militam no partido. A executiva estadual foi alterada em uma atitude unilateral, portanto, não entendemos que existam dificuldades em viabilizar a participação das mulheres, conforme prevê nosso estatuto.

Permitam, companheiros, nossa contribuição!